Capacete Elmo e a esperança de desafogar as UTIS

O equipamento tem baixo custo, protege os profissionais de saúde e foi totalmente desenvolvido no Ceará

Capacete hiperbárico injeta 30 ml de oxigênio de forma não invasiva, auxiliando na oxigenação do paciente sem que ele necessite ser intubado.

O equipamento tem baixo custo, protege os profissionais de saúde e foi totalmente desenvolvido no Ceará.

Desde o ano passado, quando o Sars-COV-2 se espalhou pelo mundo, a linha de frente de combate ao vírus não parou de trabalhar. Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e…pesquisadores.

Sim! Todos os dias há conhecimento de novas pesquisas sobre a covid, e hoje já se sabe-se muito mais do que quando o mundo entrou em alerta.
O desafio de enfrentar a doença fez com que a ciência, tecnologia e inovação, que já andavam de mãos dadas, fortalecesse ainda mais essa união. Infelizmente, nem sempre as notícias são boas, mas algumas vezes trazem a esperança de que conseguiremos controlar a situação caótica que se tornou os hospitais, a economia e a nossa vida.

Entre tratamentos e vacinas, há pouco pode-se observar que um equipamento ganhou holofote de toda a mídia: o capacete Elmo. Inclusive, na última quarta-feira (3), a Atlas Eletrodomésticos e o Grupo Guerra doaram 12 unidades para a UPA de Pato Branco. “Só conseguiremos combater a covid-19 por meio de um trabalho conjunto que prevê desde medidas de conscientização até o auxílio às organizações públicas do nosso município”, disse o CEO da Atlas, Márcio Veiga, na oportunidade.

O que é o Elmo?
O Elmo é um capacete de respiração assistida para tratar pacientes com quadro leve ou moderado de Covid-19. O equipamento é composto de uma argola rígida, por onde entram os tubos com provimento de oxigênio; uma base flexível de látex ou silicone, que se ajusta ao pescoço do paciente; e uma coifa de PVC, que é o capacete propriamente dito, montado sobre os outros dois componentes.

Dele saem/entram três ramos: um de entrada de oxigênio, de inspiração; e outro de saída de gás carbônico, de expiração; e o terceiro ramo é destinado para a medicação e/ou alimentação do paciente durante o tratamento hospitalar.

O Elmo envolve toda a cabeça do paciente. Ele é fixado no pescoço com uma base que veda a passagem do ar. Aplica-se um fluxo de gases medicinais com oxigênio e ar comprimido capaz de gerar uma pressão positiva, ou seja, acima da pressão atmosférica. Essa pressão ajuda em situações em que o pulmão está com dificuldade de oxigenação.

Quando o paciente solta o ar de volta, ele sai com gás carbônico contaminado. Para evitar a infecção da equipe de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, o ar é filtrado novamente ao sair pelo ramo de expiração.

Há também uma membrana responsável por garantir a vedação no pescoço do paciente, com cinco tamanhos diferentes, adaptável ao peso e à altura do usuário. Essa membrana é importante para evitar o vazamento de ar contaminado, protegendo a equipe de profissionais de saúde.

Vantagens
Os testes clínicos realizados com o equipamento mostraram que o uso do capacete pode diminuir em 60% a necessidade de internações em leitos de UTI, já que o tratamento é não-invasivo. Isso permite também que o paciente permaneça lúcido, já que não é preciso sedá-lo. Ou seja, é muito mais confortável para o doente.

Além de evitar a intubação, procedimento necessário para tentar reverter um quadro de insuficiência respiratória em pacientes que não conseguem respirar espontaneamente, o Elmo traz mais segurança para os profissionais da linha de frente do enfrentamento à pandemia. Por ser vedado, ele não permite a proliferação de partículas de vírus e aerossóis durante o tratamento.

O dispositivo tem custo reduzido, sendo mais barato e rápido de fazer, e é produzido em larga escala. Considerando que todos os insumos necessários para a sua produção estejam disponíveis, é perfeitamente possível produzir, pelo menos, 100 unidades por dia.

Enquanto uma máquina de ventilação mecânica custa em média R$ 70 mil, o capacete respirador sai a um custo de cerca de R$ 300,00 a unidade. O aparelho pode ser ainda ser desinfectado e reutilizado.

Tecnologia cearense
Desenvolvido inteiramente no Ceará, o Elmo surgiu como recurso para adiar a necessidade de que o paciente que sofre com quadros graves de covid-19 seja intubado, surgindo como a promessa para desafogar as UTIs, que estão saturadas de pacientes, e tem mostrado resultados muito positivos. Uma parceria público-privada criou, modificou e obteve melhoria funcional no uso e fabricação do Capacete Hiperbárico, o adequando às novas tecnologias de mercado e visando uma maior eficiência pelo dispositivo.

A pesquisa teve início em março de 2020, os testes começaram em 23 de abril. Com sua eficácia comprovada, a patente da marca e do modelo de utilidade nº BR 20 2020 014212 2 de 10/07/2020 foi registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde outubro de 2020 para produção industrial e comercialização.

Fonte Diário do Sudoeste

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