Contas atrasadas: Credores fazem fila para receber dívidas em Lindoeste

Em uma apuração feita pela administração, constatou-se uma dívida de R$ 239 mil em um posto de combustíveis

Três semanas após a cassação do prefeito José Romualdo Pedro, credores têm procurado de maneira persistente a Prefeitura de Lindoeste atrás do pagamento de notas fiscais, há meses atrasadas. As dívidas são “herança” do prefeito cassado e, se não forem pagas, podem causar os bloqueios das contas do Município, além de tornar inelegíveis os envolvidos. “Estamos com muitas dívidas e há muitos credores procurando a prefeitura para que façamos os pagamentos. Estamos em uma situação difícil, mas estamos tentando controlar e organizar os pagamentos para não deixar o Município parar”, arma a prefeita Alessandra Bueno, que assumiu o cargo interinamente.

Em uma apuração feita pela administração, constatou-se uma dívida de R$ 239 mil em um posto de combustíveis. Sem receber, a empresa se recusa a continuar atendendo a prefeitura, que precisa recorrer a um posto que fica em Santa Maria, distrito de Santa Tereza do Oeste, para não ficar com a frota parada. “A empresa não quer mais vender para a prefeitura e chegou a ameaçar entrar na Justiça para confiscar o dinheiro. Estamos tentando resolver a situação e parcelar essas contas o mais rápido possível. É nosso interesse pagar as contas e comprar de empresas da cidade. Ter de recorrer a empresa de fora é muito mais oneroso e prejudica nossa arrecadação de impostos”, acrescenta Alessandra.
A preocupação maior é com a retomada do serviço de transporte escolar. As aulas começam em duas semanas, o que torna aumenta o consumo de combustível da frota para atender os estudantes da zona rural. A coleta do lixo chegou a ser prejudicada devido à falta de combustível. A destinação de resíduos foi suspensa também devido ao atraso no pagamento de empresas contratadas para a destinação final. A conta, nesse caso, chega a R$ 79 mil.
Os maquinários para o conserto de estradas estão parados. Agora é o período de entressafra e os equipamentos deveriam estar fazendo manutenção dos trechos mais importantes para que o escoamento ocorra sem transtornos. O problema está na manutenção das máquinas – algumas estão quebradas – e também a falta de combustível.
A prefeitura recorreu ao governo do Estado para pedir um auxílio. “Tivemos total apoio do governador Ratinho Júnior, que pretende adquirir diesel para o nosso município por meio de um certame emergencial. Esperamos esse benefício chegar para começar o serviço nas estradas”, acrescenta a prefeita.

Com a saída de José Romualdo, cassado dia 6 de janeiro, a vice-prefeita assumiu o cargo interinamente. Ele tentou voltar ao cargo, mas a liminar foi negada pela Justiça. Alessandra Bueno exonerou servidores de confiança e está fazendo mudanças no primeiro escalão. A nova secretária de Educação é Josiane Martins; na Assistência Social ficou Fátima Pitondo e, na Administração, Valter Rocha. Foram mantidos os secretários Jonatan Cordeiro, no Esporte, e Geni Porciana de Souza, na Saúde. Estão previstas novas nomeações nos próximos dias.
O prefeito José Romualdo Pedro foi cassado pela Câmara de Vereadores após ser investigado pela Comissão Processante por negligenciar um caso de corrupção que pode ter desviado R$ 1 milhão dos cofres públicos.
O esquema, que também é investigado pelo Gaeco, envolvia pagamentos em duplicidade, empenhos de despesas sem comprovação de notas fiscais e pagamentos apenas com autorização de fornecimento. Empresários laranjas teriam recebido recursos do Fundo Municipal de Saúde. Registrados há R$ 180 mil desviados, sendo que R$ 79 mil foram depositados na conta da prefeitura quando o escândalo veio à tona.

Fonte O Paraná

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