Mãe é condenada a 63 anos de prisão por matar três filhos em Salto do Lontra

Ela foi condenada a 63 anos e 8 meses de reclusão em regime fechado para início do cumprimento da pena e ele a 48 anos e 4 meses

Marli Cavalheiro Risso e o marido, Laudecir Aguiar, foram julgados em sessão do tribunal do júri na quarta-feira, 14, na Comarca de Salto do Lontra. Ela foi condenada a 63 anos e 8 meses de reclusão em regime fechado para início do cumprimento da pena e ele a 48 anos e 4 meses. Os dois foram considerados culpados por matar e ocultar os cadáveres de três filhos recém-nascidos nos anos de 2010, 2013 e 2016. Os jurados consideraram que os dois praticaram todos os crimes descritos na peça acusatória.

Crimes

Os crimes começaram a ser descobertos em 2017. Marli, que morava em Salto do Lontra, ficou presa 32 dias naquele ano. Estava detida desde o dia 2 de janeiro, quando confessou ter matado um menino (em dezembro de 2016), que nasceu com 3,3 kg, por asfixia, encontrado pela polícia num dos cômodos da casa da família. O parto foi em um hospital de Santa Izabel do Oeste e o bebê nasceu saudável.

Depois disso, a polícia iniciou investigações e descobriu outros dois possíveis crimes idênticos. Um em dezembro de 2010, quando teve um menino na Policlínica de Nova Prata do Iguaçu, e outro em setembro de 2013, em que deu à luz uma menina no Hospital Nossa Senhora de Fátima, de Salto do Lontra. Segundo o que apurou a polícia, os corpos das crianças teriam sido jogados numa fossa nos fundos do lote. A polícia, com auxílio de bombeiros e peritos, escavou o local, mas não encontrou indícios dos corpos na época.

O casal teve outro filho há aproximadamente dois anos e, por verificar a possibilidade deles cometerem novo crime de homicídio contra recém-nascido, o Juízo da Infância aplicou medida de proteção de acolhimento institucional deste último. A própria ré, ao ser interrogada, mencionou que, durante a gravidez, teve medo de matar este último filho. Porém, não demonstrou que procurou ajuda para tanto.

“Os crimes por eles praticados são graves e, como já demonstrado por ocasião desta última gravidez que resultou no acolhimento da criança, é necessária a segregação cautelar dos réus para se evitar que os mesmos venham a praticar novos crimes contra seus filhos”, comentou em sua sentença o juiz Diego Gustavo Pereira.

Versão da defesa

Ontem o advogado Otávio Augusto Inácio Massignan, que faz a defesa de Marli e Laudecir, informou ao Jornal de Beltrão que está elaborando recurso para anular o tribunal do júri. Segundo ele, as provas dos autos convergem para os crimes de infanticído e não homicídio qualificado. “Estamos pedindo que seja feito um novo julgamento por contrariedade às provas dos autos e estamos apelando considerando a quantidade das penas impostas. A defesa entende que houve uma exacerbação da pena base que deveria ser no mínimo. Houve também um aumento muito grande nas segundas e terceiras fases. E readequação das penas se for mantida a condenação.”

Fonte JORNAL DE BELTRÃO

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