Boletim do Deral analisa reflexos dos custos de produção e do clima no preço do leite

Preços dos produtos lácteos continuam em alta para o consumidor paranaense e, em menor escala, para o produtor. Tendência se mantém com a chegada do inverno, já que as temperaturas baixas podem reduzir as pastagens.

 Jaelson Lucas/Arquivo AEN
Gado leiteiro (Foto: Jaelson Lucas/Arquivo AEN)

Os preços dos produtos lácteos continuam em alta para o consumidor paranaense e, em menor escala, para o produtor. As causas e as tendências são analisadas no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente ao período de 17 a 23 de junho. O documento é preparado por técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

De acordo com os dados do Deral, o leite longa vida, que é o derivado lácteo de maior apelo popular, teve alta de aproximadamente 33% no comparativo entre maio de 2021 e maio de 2022. O valor saltou de R$ 3,59, em média, para R$ 4,76 o litro no Estado. Para o produtor, o índice foi de 25% a mais, passando de R$ 1,92 para R$ 2,41.

Essa alta dos preços é explicada, pelo menos em parte, pelo aumento nos custos de produção. O encarecimento dos grãos que compõem a ração animal, particularmente milho e soja, e dos combustíveis está entre os principais motivos. Mas também se associa a isto o inverno e a entressafra das pastagens, que acabam reduzindo a oferta de leite fluido para laticínios.

Como o inverno está apenas começando e vem com suas características temperaturas mais baixas e dias mais curtos, a previsão é que os preços continuem elevados, pelo menos no médio prazo. No entanto, o escoamento da produção pode se tornar um limitador para as altas, pois, se os preços continuarem subindo, os consumidores podem restringir o uso dos lácteos na dieta diária.

 

MILHO E TRIGO – O boletim também registra que 44% da área total de 2,7 milhões de hectares de milho está em maturação, reduzindo os riscos de perdas em decorrência do clima. Do restante, 52% estão em frutificação e 2% em floração. De outro lado, a colheita atingiu 3% da área, ou 71 mil hectares.

No mercado internacional, o preço do trigo mantém a oscilação. Internamente, os preços médios recebidos pelo produtor, em junho, devem ultrapassar R$ 100,00 por saca pela primeira vez na história do Paraná. Apesar disso, quando se deflaciona a série histórica, os valores se equivalem aos do final de 2002, que foi uma situação pontual.

FEIJÃO E BATATA – O último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a segunda safra de feijão, realizado em junho, indica produção aproximada de 1,4 milhão de toneladas, ou 24% superior ao volume colhido no ano passado. No entanto, no Paraná, entre 29 de maio e 10 de junho, houve atraso na colheita e perda de qualidade devido às chuvas.

Sobre a batata, o documento do Deral registra a normalização no preço após altas de 40% nos meses de março e abril. A média praticada no Estado ficou em R$ 6,70 o quilo durante maio, repetindo o mês anterior. Atualmente, metade da área de 11.400 hectares plantados na segunda safra já está colhida e a tendência é de redução de preço pela maior oferta.

AVICULTURA – O custo de produção de frango no Paraná, em maio de 2022, foi 0,7% superior ao de abril, subindo de R$ 5,58 para R$ 5,62 o quilo, de acordo com a Embrapa Suínos e Aves. O boletim do Deral aponta que, em maio, o preço médio do frango vivo, ao produtor paranaense, foi de R$ 5,58 o quilo, valor 6,16% inferior ao do mês anterior, quando estava em R$ 5,69. No entanto, há alta de 10,93% se o comparativo for com maio de 2021, quando se pagava R$ 5,03 pelo quilo.

Fonte Agência Estadual de Notícias

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