O clima atípico favoreceu a ação de fungos de solo, causando falhas nas lavouras

O engenheiro agrônomo Marcelo Primo, da ATA Consultoria, destacou em entrevista à Rádio SAN que o excesso de chuvas e as temperaturas mais baixas registradas entre setembro e novembro têm prejudicado o desenvolvimento da soja no município e na região. Segundo ele, o clima atípico favoreceu a ação de fungos de solo, causando falhas nas lavouras, plantas menores e menor formação de raízes.

Primo explicou que muitos produtores anteciparam o plantio visando o milho safrinha, mas agora enfrentam dificuldade no desenvolvimento da cultura. A expectativa, segundo o agrônomo, é de redução na produtividade, especialmente se houver corte abrupto das chuvas em dezembro — situação comum nesta época do ano.

Sobre rentabilidade, Marcelo lembra que os custos de produção ficaram um pouco menores que na safra passada, porém os preços da soja, atualmente na casa dos R$ 120 por saca e com tendência de baixa, podem reduzir o lucro do produtor.

As linhas de crédito do governo, mais burocráticas e com exigências ampliadas, também têm dificultado o acesso ao custeio, impactando o capital de giro dos agricultores.

Em relação ao milho, ele destacou que apenas 10% a 15% da área da região é destinada à cultura no verão, quase toda voltada para silagem. Além disso, reforçou que a rotação de culturas seria importante para reduzir problemas com fungos de solo, mas a necessidade de rentabilidade faz com que muitos agricultores mantenham o foco em soja e milho safrinha.

Mesmo com um cenário incerto, Marcelo afirma que o mercado futuro deve permanecer estável, sem previsão de grandes mudanças bruscas — a não ser por fatores externos, como disputas comerciais internacionais.

Ao final, o agrônomo reforçou sua disposição em orientar produtores e agradeceu a parceria com a Rádio SAN.

Fonte RÁDIO SAN FM