Entidades destacam dificuldades enfrentadas e cobram mais conscientização e cumprimento da lei municipal que garante atendimento prioritário

Na noite de terça-feira (08), representantes da Associação dos Cadeirantes, da Associação dos Autistas e da Secretaria de Assistência Social estiveram reunidos com a diretoria da Associação Comercial e Industrial de Capitão Leônidas Marques (ACICAP) para pedir apoio na orientação aos empresários quanto à acessibilidade e ao atendimento preferencial.
Segundo João Pedro, representante da Associação dos Cadeirantes, a maior dificuldade enfrentada atualmente é a falta de conscientização, tanto por parte dos motoristas quanto dos comerciantes. “Nós temos rampas nas calçadas, mas muitas vezes estão bloqueadas por veículos. É importante sinalizar essas rampas, colocar o símbolo da cadeira e orientar os motoristas e os lojistas para respeitarem esses acessos. Capitão tem muitas pessoas que usam cadeira de rodas, inclusive motorizadas, e a cidade tem uma topografia complicada. Por isso, é essencial melhorar a acessibilidade”, reforçou.
Dra. Daiane Siebre, representando a Associação dos Autistas, destacou a importância de ir além do cumprimento da Lei de Cotas, defendendo a inclusão real de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. “Hoje trouxemos demandas importantes para mostrar que temos muitas pessoas com deficiência, inclusive autistas, com capacidade de trabalhar. Precisamos que o comércio conheça e respeite a legislação, como a Lei Municipal do Lacinho, em vigor desde 2020, e que ainda é desconhecida por muitos empresários. Os caixas preferenciais, por exemplo, precisam estar corretamente sinalizados para garantir o atendimento adequado”, explicou. Segundo ela, a conscientização é o primeiro passo, mas é preciso que a lei seja efetivamente colocada em prática. “Não podemos deixar a legislação apenas no papel”, completou.
A secretária de Assistência Social, Paula Borba, também participou da reunião e lembrou que o pedido surgiu a partir das reuniões do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência. “Temos autistas em idade para entrar no mercado de trabalho, mas as famílias enfrentam dificuldades. Por isso, esse encontro buscou apresentar os anseios das associações e propor uma parceria para levar informação e sensibilização aos empresários e à população sobre os direitos, deveres e necessidades dessas pessoas.”
Um dos pontos centrais da conversa foi a Lei Municipal nº 2.499/2020, que institui a inclusão do símbolo mundial da conscientização do Transtorno do Espectro Autista nas placas de atendimento prioritário nos estabelecimentos públicos e privados do município. A legislação determina que supermercados, bancos, farmácias, restaurantes, lojas e similares estejam adequados com a sinalização, sob pena de advertência e até suspensão do alvará de funcionamento caso descumpram a norma.
Encerrando o encontro, o presidente da ACICAP, César Righ, afirmou que a associação está disposta a colaborar com o movimento. “Nossa entidade vai fazer o possível para conscientizar os comerciantes sobre a importância de se adaptar e atender bem todos os clientes, inclusive aqueles com deficiência. Quem se adapta, com certeza conquista essa fatia de mercado e faz a diferença na comunidade”, destacou. Para ele, o momento é de repensar o comércio local. “A acessibilidade e o atendimento adequado são deveres legais, mas também oportunidades comerciais e sociais.”
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